Escrito por: Kleber Henrique
Um fato interessante que rememorei esses dias, foi de uma festa do dia 02 de fevereiro de um ano qualquer de minhas lembranças. A igreja cheia, os sinos repicando, as mulheres descalças, os homens tirando os chapéus diante do andor enfeitado de flores, onde em cima encontrava-se a imagem barroca majestosa da madrinha de São Vicente Férrer: Nossa Senhora do Rosário.
Naquele dia, a senhora do céu para os homens e mulheres da fé católica desfilaria pelas ruas estreitas da fé católica desfilaria pelas ruas estreitas da cidazinha, ouvindo os benditos, o som alegre da banda tocando os antigos dobrados do Mestre Patrício, acolhendo as preces e os anseios de amor dos que esperavam o baile da noite.
No adro da igreja formavam-se as filas das irmandades e erguiam-se os estandartes sob as ordens do padre, enquanto os devotos da santa tiravam fotos estáticas diante do andor.
De repente, entra na igreja Dona Mariana Borges com seu porte ereto e firme, vestida de branco completo, cortado apenas pelo vermelho da fita do Coração de Jesus e com um sempre sorriso aberto! Parou na nave da igreja, ajoelhou-se e fez uma prece breve diante do andor e ficou a conversar com os que a interpelavam, com a atenção e alegria de sempre ia dialogando com os conhecidos.
De repente entra uma senhora da Zona Rural com véu na cabeça e trazia nas mãos grossas um maço de folhas medicinais e depois de uma oração silenciosa entre os lábios, passou o maço de folhas acariciando a imagem da santa como se aquele gesto estivesse sendo realizado com a própria entidade celeste e estivesse dando àquelas folhas um poder de cura maior.
Esta senhora logo depois de seu gesto foi interpelada por uma pessoa da igreja “que lhe falou que aquela imagem era apenas uma imagem e não a santa em si, era apenas um retrato para lembrar um ser importante.
Diante daquele fato, Dona Marina interagiu e disse à senhora desapontada: - Tem nada errado não irmã, a fé tem poder!